quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Só rezando!





Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Petrolina – Sem técnico, sem elenco formado, sem presidente. A situação do Petrolina assusta. Que se diga: está longe de ser digna de um time dito “profissional”. Das 12 bolas que os 22 atletas tinham para treinar, oito furaram. Restam quatro para todo tipo de trabalho. Água para os jogadores beber, só a do filtro “cansado de guerra”, que fica estacionado ao lado dos banheiros, embaixo das arquibancadas do estádio Paulo Coelho. O roupeiro se encarrega todos os dias, religiosamente antes dos treinos, de encher as garrafas para os atletas. Prevalece a boa vontade. O desejo de reverter o quadro e jogar o Campeonato Pernambucano. Desejo que não é suficiente por si só. Em meio a todo esse calvário, ainda sobram as incertezas. A equipe ainda não está sequer inscrita na competição.



A situação do Petrolina é fruto de uma série de pequenas falhas na gestão do clube. O mandato do presidente Antônio Carlos Benevides acabou no fim do ano passado. Por falta de candidatos para assumir o clube, como explica o mandatário, ele se disse obrigado a permanecer à frente do time temporariamente. Resultado: não apareceu um novo presidente e a situação chegou no seu limite. Parte da equipe que jogou a última Série D ainda tem salários a receber. A Fera Sertaneja hoje não tem nada em caixa. Pelo contrário. “Temos três ações trabalhistas que bloquearam algumas de nossas fontes (algo estimado em R$ 100 mil)”, disse Benevides.




O time voltou a treinar hoje depois de ter cruzado os braços desde quinta-feira à espera de uma definição. “Infelizmente precisávamos de um posicionamento, de uma resposta para continuar os trabalhos com segurança, passando isso para os jogadores. Precisamos de garantias para trabalhar, de condições. Mas acredito nesse grupo e que faremos um bom Estadual ainda”, disse o preparador físico que está à frente dos treinos do time, Gilberto Feitosa.

Novo presidente
As lágrimas incontidas pelo presidente hoje interino vieram em seguida. Como se fora uma forma de extravasar um pouco a pressão que recai sobre ele e a problemática da gestão do clube, ainda sem solução. “É uma carga de pressão muito grande. Não tem ninguém para ajudar. Vou entrar em contato com o presidente da Federação (Evandro Carvalho) para ver o que ele pode fazer por nós. Mas tenho fé que isso vai passar. Estamos contatando alguns empresários”, otimizou. Benevides ainda justificou que o grande entrave para a situação atual do Petrolina foi justamente à classificação à última Série D. “Passamos 40 dias parados, os patrocinadores saíram, ficamos aguardando uma compensação da CBF que nunca veio e ficamos desse jeito.”

Um dos nomes que surgiram para assumir a Fera Sertaneja foi o de Henrique Rocha – irmão do ex-zagueiro da Seleção Ricardo Rocha. Ele, inclusive, chegou a dar entrevista a uma emissora local como novo presidente. O fato, apesar de não ter sido concretizado, ainda não está totalmente descartado. “Não tem possibilidade de eu ficar. A não ser que não apareça ninguém mesmo. Mas vai aparecer. Quero continuar ajudando, mas de fora”, pontuou Benevides. De acordo com o mandatário interino, o clube não tem sócios, é uma espécie de “clube empresa”. Sem dinheiro.



Nenhum comentário:

Postar um comentário